Superlotação de hospitais na Grande Florianópolis é movida por aumento de turistas, diz Estado

A superlotação dos hospitais na Grande Florianópolis voltou a ser uma pauta relevante nesta quinta-feira (8), após o registro de pacientes que esperaram mais de 5h na fila para serem atendidos no Hospital Universitário de Florianópolis na última terça-feira (6).

Hospitais na Grande Florianópolis estão superlotados

Superlotação de hospitais na Grande Florianópolis tem gerado alerta – Foto: Arquivo pessoal/Divulgação/ND

Segundo o painel de leitos da SES/SC (Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina), a Grande Florianópolis conta, nesta quinta-feira, com 88,48% de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na região.

Hospitais na Grande Florianópolis

Segundo o painel de leitos da SES, há apenas 25 leitos disponíveis para toda a Grande Florianópolis. Confira as ocupações:

  • Cepon – 100% de ocupação e nenhum leito disponível;
  • Hospital de Caridade – 100% de ocupação e nenhum leito disponível;
  • Hospital Florianópolis – 80% de ocupação e quatro leitos disponíveis;
  • Hospital Governador Celso Ramos – 100% de ocupação e nenhum leito disponível;
  • Hospital Infantil Joana de Gusmão – 86,67% de ocupação e quatro leitos disponíveis;
  • Hospital Instituto de Cardiologia – 100% de ocupação e nenhum leito disponível;
  • Hospital Nereu Ramos – 60% de ocupação e quatro leitos disponíveis;
  • Hospital Regional de Biguaçu – 66,67% de ocupação e seis leitos disponíveis;
  • Hospital Regional de São José – 91,11% de ocupação e quatro leitos disponíveis;
  • Hospital Universitário – 95,45% de ocupação e um leito disponível;
  • Maternidade Carmela Dutra – 80% de ocupação e dois leitos disponíveis.

Qual o motivo de tanta ocupação?

Questionada, a SES explicou que dois fatores definem esta superlotação antes do Carnaval. A primeira é o aumento do número de turistas na região e o segundo é que há quem busque os hospitais em vez das Unidades Básicas de Saúde, o que sobrecarrega o sistema.

Em nota, a SES diz que está trabalhando para qualificar e ampliar os atendimentos nas unidades hospitalares próprias do Estado.

“Na Grande Florianópolis, os hospitais Governador Celso Ramos e Hospital Regional de São José trabalham no sistema porta aberta, recebendo os mais diversos pacientes”, diz.

E continua:

“Ressaltamos que a região, devido à vocação turística, recebe grande volume de pessoas neste período, sendo que os dados indicam um acréscimo de 2,5 milhões de pessoas”, explica.

De acordo com a pasta, para atender as demandas observadas, o Governo de Santa Catarina desenvolve ações específicas.

No Hospital Governador Celso Ramos, por exemplo, foram reabertas, nesta terça-feira, duas salas cirúrgicas, ampliando em 30% a capacidade de atendimento. Além disso, a sala do trauma foi reestruturada.

No Hospital Regional de São José, teve início, nesta quinta-feira (8), a instalação das estruturas modulares dedicadas à ampliação do setor de emergência da unidade. Além disso, foi aberta mais uma sala cirúrgica.

Para a pasta, a iniciativa ganha relevância diante do aumento do número de pacientes que foram internados para cirurgias ortopédicas nos últimos anos, em virtude de traumas ocasionados por acidentes.

O Hospital Regional registrou um acréscimo no quantitativo que passou de 140 cirurgias ortopédicas mensais antes da pandemia de Covid-19 para cerca de 400 nos dias atuais.

Unidades Básicas de Saúde

A SES explica ainda que, nos últimos 30 dias, dos 12.505 pacientes atendidos na emergência da unidade, 4.858 mil foram classificados com baixa complexidade, são casos que teriam resolutividade em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), níveis de menor complexidade. Entretanto, por diversas razões, o usuário opta por procurar uma unidade de alta complexidade, impactando em uma sobrecarga da mesma.

Outra ação que está em curso é o encaminhamento dos pacientes para os hospitais de retaguarda, garantindo uma desocupação de leitos nas unidades principais. Importante frisar que, apesar do grande volume de atendimentos, está sendo assegurado que todos sejam prontamente atendidos.

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